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IRMÃO VICENTE


Ginásio São Miguel

          Eu vou me reportar ao ano de 1961, e ao Ginásio São Miguel, Educandário dirigido pelos padres da Congregação Belo Ramo, situado em Passa Quatro-Mg.  O curso que eu estava frequentando, era o de admissão ao Ginário.


          Era uma espécie de "Cursinho Vestibular" para habilitar o aluno postulante ao ingresso na primeira série ginasial.  Era assim que funcionava o padrão curricular de ensino nessa época.

          Nesse cognominado "Curso de Admissão", as matérias constavam de um único livro, intitulado "Programa de Admissão".  Bons tempos, em que se aprendia pra valer.  Nosso Professor de Português era o Irmão Vicente (Veja sua foto junto com seus alunos). Era chamado de "Irmão", porque ainda não havia sido ordenado Padre.  Mas ele já usava Batina, como todos os padres do Ginásio.

          Alguns de mmeus colegas eram: Manoel Carlos Ribeiro, Renato Torres, Hélio Rideo Kato, Sebastião Bento, Rivaldo José dos Santos, Vanderlei Lourenço Bustamante, Francisco de Oliveira, Waldir Moraes Jr, Eduardo Antônio Levenhagen, Fernando Gomes Martins, Antonio José de Castilho, e vários outros (na foto).

          O Irmão Vicente, era um professor muito dedicado aos alunos.  Fazia jus ao significado latino do seu nome, Vicente: "aquele que está vencendo";  "aquele que vence".  Vicente é originado do Latim: Vicentius.  Naquele tempo, além dos esportes, o divertimento comum de todos, era ir ao cinema, no Cine Regnier da cidade.  Me lembro nitidamente de um filme com o título de "O Velho e o Mar".

          Praticamente todos os alunos de todas as série do Ginásio assistiram naquela época a esse filme.  E o nosso dedicado Irmão Vicente, interpretava oralmente esse filme para os alunos, como se fosse uma interpretação de um texto linguístico de literatura.  Depois, usava esse tema (muito além do livro), para exercícios de Português em plena sala de aula.

          Certa vez, numa arguição oral, fui escolhido pelo Irmão Vicente, para responder a uma questão pertinente à matéria;  mas, eu havia caído num interesse muito profundo por um texto do nosso livro. Eu estava concentradíssimo na minha leitura.  Eu sequer ouvi o chamado do meu nome, e nem ouvi os clamores de outros colegas, me alertando para o chamado do professor.  Concentração profunda.

          Mas, devido ao alarme dos colegas, acordei daquele "êxtase", e depois de alguns segundos, caí na real, mas eu não tinha noção do que me foi perguntado pelo professor, o Irmão Vicente.  Cheguei a pensar que eu seria advertido, ou que perderia pontos no meu comportamento pela distração.  Mas qual não foi a minha surpresa, quando o Irmão Vicente elogiou o meu interesse profundo pela leitura.  Disse que aquilo não era uma falta da minha parte, mas uma qualidade difícil de acontecer.  Concentração era pois, uma virtude. 

          Depois de alguns dias, o Irmão Vicente me chamou em uma sala anexa à secretaria do Ginásio, e me presenteou com um livro de leitura, intitulado "Almas de Criança".  Guardo esse livro comigo até hoje, como lembrança do nosso querido professor de Português, o saudoso Irmão Vicente, abençoado por Deus, e que eu estimo até hoje.
Programa de Admissão

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