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O CANGURU


estória do Zé

          Já contei a estória do Zé, aquele garoto de 16 anos, que ao ver o mar pela primeira vez na vida, pensou que a Baia da Guanabara, vista da Ponte Rio Niteroi, fosse um enorme açude.  Masa agora, vou contar outra estória do Zé.  Como eu disse, ele trabalhava numa empresa de ônibus, em Resende-RJ, onde não raro, organizavam-se excursões para as praias do Rio de Janeiro.


          O Zé, era freguês de carteirinha, dessas excursões.  E na empresa, havia um motorista bonachão, que sempre dava gostosas gargalhadas achando graça na piada mais sem graça que lhe contassem.. Pois bem. Certa vez, esse motorista fora escalado para uma viagem à Barra de Guaratiba. Nem seria preciso dizer, que o Zé não perderia a oportunidade de conhecer mais uma praia, além da outra que ficara conhecendo, ou seja, na sua primeira viagem à praia de Itaipu.

          Aquele garotão, o Zé, estava numa fase feliz da sua vida, descobrindo um mundo novo, muito diferente da provinciana São José do Barreiro, sua cidade de origem, e de todas as suas lembranças.  Finalmente, no dia marcado, bem cedinho, a excursão partiu de Resende com destino à Barra de Guaratiba. 

          Lá chegando, o grupo de excursionistas se dispersou.  Cada qual procurou um lugar para ficar, ao longo da imensa orla marítima. O Zé, apesar de curtir a praia, tratou de manter-se próximo do motorista, pois este era o companheiro de viagem que ele conhecia melhor, já que trabalhavam juntos, na mesma empresa. 

          Aproximando-se a hora do almoço, o Zé e o motorista tiveram que procurar uma lanchonete.  Eles não haviam levado lanche, nem frango, nem farofa, como faziam aqueles excursionistas prevenidos, em sua maioria. 

          Na lanchonete, os dois companheiros sentaram-se em torno de uma pequena mesinha de bar, e o motorista pediu uma meia cerveja.  O Zé não sabia o que pedir, mas também não queria dar a impressão de um "marinheiro de primeira viagem", pedindo comidas que certamente não lhe serviriam naquela moderna lanchonete. 

          O motorista, no entanto, fez uma pergunta bem oportuna:
          - O que você vai comer, Zé?
          - Não sei... e você, colega, o que você vai comer?
O motorista responde:
          - Olha Zé, acho que vou comer apenas um "bauru"...
O Zé aproveitando a "deixa", mais do que depressa, faz o seu pedido:
          - Garçom, eu também vou de Canguru...!

          ...No exato instante em que o Zé saiu-se com essa "pérola", o motorista que já levara à boca uma golada de cerveja, não aguentou:  tomado de um acesso de riso, sem poder engolir a cerveja, estufou suas enormes bochechas, e não deu outra, devolveu a golada de cerveja pela boca e pelo nariz, num jato sob pressão, que inundou a pequena mesinha do bar. 

          Ainda meio engasgado, mas aliviado, o motorista finalmente soltou uma ruidoda gargalhada pelo "mico", que o incauto Zé, passou naquele momento.
Olha, que eu já vi gente "montar num porco", mas canguru... KA, KA, KA, essa é boa.
Montar no Canguru



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