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GUILHERME KÖHN JUNIOR

teatro           GUILHERME KÖHN JUNIOR, de família alemã, nasceu em Campinas-SP, em 03/11/1901, e faleceu em Passa Quatro-MG em 02/03/1963.  Era filho de August Friedrich Wilhelm Köhn, e Martha Binder Köhn.  Era o primeiro filho num total de seis irmãos. Guilherme residiu em Cruzeiro-SP e depois em Passa Quatro-MG. 


          Em cruzeiro, trabalhou na oficina mecânica da Rede Ferroviária Sul Mineira.  Isto foi no ano de 1922.  Ele aprendeu a profissão de mecânico, porque foi obrigado, mas ele detestava esse tipo de ofício.  Naquela época, os filhos obedeciam à vontade do pai.  Era assim na família Köhn.

          A vocação do Guilherme Junior estava para as artes.  Era um verdadeiro artista.  Mas, naquela época, seu pai não entendia ou não o apoiava para essas coisas. Acho que também não haviam muitas oportunidades para tal, a não ser nas grandes capitais.  Mais tarde porém, depois da morte do seu pai, ele se realizaria de alguma forma, mesmo como simples amadorismo.

          Mas antes disso, isto é, antes do falecimento de seu pai (Wilhelm), que lhe presenteou com um violino, ele rapidamente aprendeu a toca-lo.  Aprendeu sozinho a notação musical, e compilava de próprio punho suas partituras musicais para violino.  Seu pai, o Wilhelm, também gostava de música. Nessa época, eles residiam em Cruzeiro-SP, onde o Guilherme Junior chegou a fazer parte de uma banda musical (Jaz Band Cruzeiro).

          Agora, avançando no tempo, vamos para Passa Quatro-MG, por volta de 1932.  O Guilherme, gostava de teatro, e por sua iniciativa, reuniu um grupo de amigos, e criou um grupo de teatro amador.  Encenaram várias peças, inclusive uma peça que se intitulava "A Filha do Marinheiro". Essa peça, inclusive, encontra-se transcrita no meu Blog "CRÔNICAS E ESTÓRIAS", e compartilhado no Google Plus.

          Um dos componentes desse grupo de teatro amador de Passa Quatro, era um homem chamado Waldemar Machado.  Sua filha, Inês, também fazia parte do elenco de atores, ou do grupo.  Lá em Passa Quatro, muita gente deve ter conhecido essa figura (o Waldemar Machado).  Guilherme possuía muitos livros de peças teatrais, objeto de sua paixão. 

           Em Passa Quatro, ele também participou de um filme de cinema, em preto e branco, que improvisava uma estória de gangsteres.  Tudo na base do amadorismo.  Não sei dizer quem produziu esse filme, mas o Guilherme não perderia a oportunidade de participar, nem que fosse para um papel de bandido.

          O Guilherme tinha uma caligrafia linda, e tinha vocação para pintura.  O cenário do seu teatro, era pintado por ele mesmo  Ele desmanchava sacos de cimento, emendava as folhas umas às outras, e pintava o cenário de acordo com a peça teatral a ser apresentada.  E ficava muito bonito, diziam as pessoas.  Mas tudo isso era apenas por gostar de fazer, puro divertimento (hobby), não tinha fins lucrativos. 

          Em Passa Quatro, ele ganhava dinheiro com uma oficina (própria) de pequenos consertos.  Ele consertava máquinas de costura, espingardas, garruchas, fazia cópias de chaves, sabia abrir cofres quando alguém perdia o segredo, fabricava formas de doces, forjava utensílios de metal, como panelas, canecas, vasilhames com alça de ferro, enfim, coisas desse tipo.  Ele denominava sua oficina de "Micro Mechanica Oficina".

          Mas, o Guilherme, como era um verdadeiro artista frustrado, mais tarde se entregou à bebida, e assim viveu entregue ao vício até morrer.  Morreu solteiro, não deixou complicações para a família e não conseguiu tornar grandioso o objeto dos seus sonhos: a arte.  Um talento fora de época, de lugar e de oportunidades.  Assim foi a sua vida, e com justiça, conto essa estória.  Faço este comentário em sua homenagem, Guilherme Köhn Junior.  Que Deus o abençoe e o tenha em bom lugar. Lágrimas.
Jazz Band Cruzeiro





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